terça-feira, 28 de junho de 2011

Noite difícil

Essa foi uma das noites mais frias deste ano por aqui. Não bastasse o frio que congelava cada parte do meu corpo, a dor na coluna, a febre a a gripe que eu estou me deixaram entrevado na cama. Não conseguia me mexer, estava com falta de ar, nariz entupido, dor na garganta. Não consegui dormir direito. É muito ruim estar doente e não ter ninguém para te ajudar, não ter a quem pedir "socorro". Em pensamento eu chamava por minha mãe. As lágrimas vieram. Ela que sempre estava comigo nesses momentos difíceis, agora não estava mais aqui para me socorrer. É sei que agora tenho que me virar sozinho, mas não é tão fácil assim se acostumar com essa nova realidade. 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Sinto muito, aguenta as consequências agora!!

Hoje acordei e de cara recebi uma ligação da minha madrinha. Mal tinha acabado de despertar completamente. Me perguntou se eu estava bem e respondi com aquela coragem, que sim estava. Até deu para ela perceber que não falei com muito entusiasmo. Veio me contar por telefone que estava preocupada com meu pai, que ele estaria chorando muito, que estaria triste e teria emagrecido muito. Que chorou muito para a tia Cilda. Minha madrinha pediu que eu ligasse para ele, que voltasse a falar com ele. Bom lhes digo, entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Em vão. Não tenho o mínimo de pena dele, nenhuma dó. Ele quer ser a vítima da situação, ao ficar chorando para as pessoas. Eu não fico fazendo isso, para ninguém mesmo ficar sentindo pena ou dó de mim. Prefiro chorar sozinho no meu quarto, em silêncio, para ninguém ver. Ele foi muito mal acostumado pela minha mãe, que fazia de tudo para ele. Lavava sua roupa direitinho, tinha roupinha passada sempre, tinha comidinha fresca pra ele almoçar, deixava a casa sempre arrumadinha. Agora que ele não tem mais essa "empregada" dentro de casa, ele ta sofrendo. Porque a mulher que ele botou dentro da minha casa e da casa da minha mãe, não vai fazer isso por ele. Nenhuma mulher faz mais, hoje em dia, as coisas que minha mãe fazia por ele. Ele não soube dar valor para ela enquanto era viva. Agora creio que ele esteja sendo castigado por tudo que fez. Acho muito bom o que está acontecendo com ele. Não desejo seu mau, porém também não desejo seu bem. Indiferença, essa é a palavra ideal para o que eu sinto por ele. Podem vir a  me chamar de uma pessoa vingativa e sem coração. De certo modo sou vingativo sim, não minto. Eu quero justiça. Agora sem coração é consequência das atitudes dele. Ele que escolheu esse caminho, sem me consultar, sem saber qual seria minha opinião, como eu reagiria. Isso que doeu demais. Agora eu não vou ligar pra ele, fingindo que estou de bem com ele, que o perdoou e coisa e tal. Nem vou o procurar nas minhas férias. Ele que colha o que ele plantou. Não acredito em uma lágrima sequer dele, para mim é tudo falso. Chora de dia e vai fazer sua canalhices a noite? Nossa quanto arrependimento. Não se enganem com ele, ele não é tão esperto, porém não é tão burro. Eu tenho convicção do que falo, 18 anos vivendo com ele debaixo do mesmo tempo, me dá propriedade para dizer o que vós digo.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Saudade dói demais!!

Quem nunca sentiu vontade de voltar a ser criança? Daquele tempo em que não nos preocupávamos com nada, que não tínhamos tantas responsabilidades e problemas. É sou uma dessas pessoas que sentem muitas saudades dos tempos de criança. Não que minha infância tenha sido um mar de rosas, mas, principalmente, pelo fato de nesse período eu ter convivido muito com a minha mãe. Lembro-me de muitas coisas dessa época. Sempre fui uma criança calma, as vezes até calmo demais (as vezes considero isso um defeito). Nunca fui de dar trabalho em casa. Era aquele tipo de criança quieta que fica no seu canto, não era de se misturar muito com as outras crianças, porém não porque não quisesse, e sim por vergonha e timidez. Gostava de estudar, não era de bagunça na escola, nem me enturmava com meus colegas de sala. Sentava sente na frente na sala. Nunca levei  reclamação minha da escola pra casa, nunca briguei como ninguém. Tinha poucos amigos, amigos mesmo. Colega todo mundo tem, agora amigo é difícil. Meu melhor amigo na escola desde o maternal até a 4º série era o filho da diretora do Cetecon, o Thiago. Gostava de jogar tazoo na época, era uma febre. Fazia coleção disso. Lembro de todas as professoras que tive no primário. Das festinhas de aniversário na sala, dos passeios aos parques de diversão sempre no dia das crianças, das festas juninas, em que a gente dançava. Lembro dos meus amigos dessa época, como se fosse hoje. Está muito bem vivo na minha memória. Gostava muito dessa escola, foram tempos bons que não voltam mais.

Desde criança minha mãe me acostumou a ficar sozinho em casa, ela sabia que eu era uma criança tranquila, que sabia se comportar. Nessa época morávamos na rua Tamandaré, era uma casa alugada numa vila. Eu e minha mãe amávamos essa casa, simplesmente, por ela ser de dois andares. Sempre foi o sonho da minha mãe ter uma casa com escada, e eu gostava também. Fiquei muito triste quando tive que me mudar de lá. Vivi muitas historias nessa casa. Lembro-me bem de uma delas. Era aquela época do surgimento da televisão de 29 polegadas. Meu pai tinha acabado de comprar uma dessas lá para casa, era ano de copa e ele comprou para assistir aos jogos. Minha mãe era "neurótica" por limpeza. Ela não gostava de deixar nada sujo. Sempre muito organizada e prestativa. Ficava em casa e limpava a casa constantemente. Era um sábado, eu estava dormindo. De repente eu escuto um barulhão e minha mãe gritando. Acordei assustadissimo, fiquei preocupado se minha mãe tinha se machucado lá embaixo. Desci correndo para ver o que tinha acontecido, com o coração na boca, com medo de ter acontecido algo com minha mãe. Quando chega na sala, vejo a televisão novinha espatifada no chão, toda quebrada e minha mãe desesperada. Ela havia derrubado a TV quando foi empurrar a estante para limpar atrás dela. Ela sabia que meu pai iria ficar furioso com ela quando soubesse. Foi ai que ela me pediu que eu dissesse que teria sido eu tinha derrubado a televisão brincando na estante. Pediu que falasse isso para meu pai não brigar com ela. Eu claro aceitei. Fazia tudo pela minha mãe, principalmente, para não ter que ouvir as brigas do meu pai com ela. Desde a infância eu já sofria com as brigas dele com ela. Principalmente quando meu papai bebia, e até hoje quando bebe, ele se transforma. Não tem limites para beber, precisa da bebida pra se sentir mais homem e ter uma desculpa para fazer suas besteiras. Por ver isso dele, é que eu nunca fui chegado em bebidas alcoolicas, não queria ser igual a ele. De ter na bebida um apoio para fazer coisas que eu não tenho coragem de fazer de cara limpa. Minha mãe também bebia, porém ela tinha limites. Rarissimas vezes eu vi minha mãe fora de si por causa da bebida. Ela tinha é que ficar controlando meu pai para ele não passar dos limites. Quando meu pai bebia, ele era de ficar valentão e safado. Não respeitava minha mãe. Minha mãe passava muitas humilhações por conta disso. Sentia raiva do meu pai por isso. Por fazer ela sofrer. Eramos só eu e ela dentro de casa durante boa parte do dia. E ela conversava sobre tudo isso comigo. Pedia para eu ser mais amigo do meu pai, porque meu pai falava para ela que eu não gostava dele que ele iria largar eu e ela e ia sumir, porque eu  ficava sempre contra ele em tudo e a favor da minha mãe,  O que era verdade, pois ele nunca estava certo mesmo. Não importasse o que ele fizesse (e ele não fazia muito esforço para me conquistar como filho, aquela relação de amizade entre pai e filho) eu não conseguia gostar mais dele do que da minha mãe, muito em função do que ele fazia para nós dentro e fora de casa. Por vezes quando chegava em casa, não conversava com minha mãe, nao tinha um diálogo com ela. Quando não chegava, tomava banho e ia para o bar beber com os "amiguinhos" dele e só voltava altas horas da noite. Minha mãe gostava de conversar, era muito comunicativa, ela ficava agoniada quando não tinha ninguém para conversar. Eu e ela conversávamos muito, porém as vezes iamos para o portão de casa sentar com os vizinhos para conversar com outras pessoas. Essa foi uma tradição que eu tive. Sentar no portão para conversar com os vizinhos, porque com meu pai eu nao tinha essa intimidade. As pessoas da rua eram mais fáceis para mim conversar do que com ele, sempre muito fechado e grosso. Sempre que tentávamos conversar, ele brigava comigo. Apesar de sermos pai e filho, nossos genios nunca bateram e não batem até hoje, principalmente, que não tem minha mãe para tentar apagaziguar nossos desentendimentos. Ela era o alicerce da minha familia. Sem ela, minha familia desmoronou, como um castelo de areia que é levado por uma onda forte do mar. Sinto muito a falta da minha mãe. Ninguém tem ideia do quanto. Em cada pensamento, em cada momento, nas músicas, em cada amanhecer, em cada fim de noite. Em tudo ela se faz presente nas minhas lembranças. A saudade dói demais, e quando nao cabe no coração escorre pelos olhos. Eu sei que ela queria que eu me desse bem com meu pai, eu também queria muito isso. Eu sofro por isso, apesar de tudo, de toda raiva, mágoa e sentimentos ruins que carrego no peito, meu desejo era que pudessemos viver bem. Mas, infelizmente isso não é possivel, ele já tomou outro rumo na vida dele, e que eu nunca vou aceitar. Preferiu os estranhos da rua, os amiguinhos, as piranhas da rua que só querem usar ele, querendo o seu dinheiro e tudo que ele tem. E o pior é que o "nada inteligente", para nao chamar de burro, acha que ta causando. Não percebe que essas mulheres são só interesseiras. Porque pela beleza que não é, já está velho, mas ele deve se achar "o gostoso". Não percebe que o que elas querem é seu dinheiro, sua casa, seus carros. Ou então sabe e virou trouxa agora. A sua necessidade sexual,  prevaleceu sobre o filho. O que não me espanta muito, já que eu nunca fui uma de suas preferências mesmo. Mas, sinceramente, no fundo do coração eu tentei sonhar com essa possibilidade. Muitos não são ao meu favor, principalmente os familiares da familia dele. Dão força pra ele casar novamente, arrumar um outra mulher logo. Por vezes falam isso e fazem na minha cara. Eu fico quieto para não brigar. Mas por dentro minha vontade é de falar umas verdades e de avançar no pescoço dessas pessoas. Não são eles que sofrem com isso né? Só eu sei o que eu sinto. A indignação que sinto. Alguns desses parentes defende-o, falando que o que meu pai está fazendo é influência do que ele sofreu com a familia dele. Eu estou sofrendo coisas bem piores que ele, e por isso juro para mim mesmo todas as noites que eu não serei igual a ele. Não quero que minha familia, minha esposa e meus filhos, sofram o que eu e minha mãe sofremos. Acredito que o que ele sofreu deveria ser um exemplo para ele não fazer as mesmas coisas que ele vivenciou na familia dele. Ele perdeu a mãe com 35 anos e minha avó tinha 64 anos quando faleceu.Meu pai já estava estruturado financeiramente, com sua familia formada. Eu perdi minha mãe com 18 anos e ela tendo só vivido 40 anos. Eu estava ainda apenas começando minha vida, entrando na faculdade. Precisava muito da minha mãe ainda. Tenho mais motivos para ser revoltado com a vida e com todos por conta disso do que ele. Mas nem por isso quero ser assim com as pessoas. Ferindo e magoando o sentimento delas. Se for para ser desse jeito, prefiro viver isolado de todos as pessoas. Prefiro sofrer em silêncio, na minha solidão, esperando o dia que eu possa ir para junto de minha mãe, onde quer que ela esteje!!     

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Muito trabalho

Nos próximos 15 dias ficará mais dificil eu postar aqui no blog. Muitos livros para ler na faculdade e muitos trabalhos para fazer!! É rezar para nossa senhora do final do semestre dar uma ajudinha!! kkkkkkkkkkk

terça-feira, 31 de maio de 2011

Algumas considerações

Acho que algumas pessoas estão muito equivocadas sobre o pensam sobre mim. Ai hoje eu te ri. Eu não estou possuído pelo maligno, não estou com o diabo no corpo, não preciso ir pra igreja ( seja qual religião for ) para provar isso. Deus não está só nas igrejas, está em todos os lugares. Muito menos estou revoltado ou transtornado, quem convive comigo realmente no dia-a-dia vê isso. Eu brinco, eu rio, eu converso com meus amigos normalmente. Acho que quem deveriam chamar para ir na igreja é meu pai. Esse ninguém chama né?. Já vieram me falar que ele botou uma vagabunda na casa da minha mãe. E isso não é de agora. As minhas férias todinhas de Dezembro e Janeiro, eu fiquei sem falar com ele. Desde esse meses até hoje nunca mais troquei uma palavra com ele. Passei Natal, Ano Novo e meu Aniversário sem falar um "oi". Eu avisei que jamais o aceitaria com outra pessoa, se ele quisesse me ter como filho ainda. Pensa que ele se importou com isso? Quatro meses depois do falecimento da minha mãe, eu chego em casa, num domingo, a noite e o safado estava com uma vagabunda dentro de casa. E o canalha teve a cara de pau, de ainda falar que queria apresentar a vagabunda para mim. Sai possesso de casa, minha raiva era tanta que quebrei 2 chapas de vidro tempero no chão do corredor. Deveria era ter quebrado um na cabeça dele e um no dela. O pilantra ainda recebe uma pensão da minha mãe. Safado não deu o mínimo valor para ela e ainda recebe por isso. Essa pensão era pra ser dividida entre mim e ele, só que eu não entrei com o pedido, confiando nesse crápula. Ele não deveria receber um centavo que viesse da minha mãe. Até agora ele tem mandado a pensão integral para eu poder sobreviver aqui, isso porque minha madrinha briga com ele para ele mandar o dinheiro. Porque ele já avisou que por ele só mandava metade. Não duvido nada que ele só mande a metade aqui por diante, pois é direito meu. Não tenho medo das represálias dele. Não vou me deixar calar, para não sofrer consequências dele. Quero mesmo é que todos saibam quem ele verdadeiramente é, e que saibam mesmo da vida dele ( ele sempre detestou que as pessoas da rua soubessem da vida dele e que comentassem sobre ele ).

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dura realidade

É duro ter que seguir a vida sozinho, depois de ter sido acostumado a ter todos por perto. Essa caminhada não é fácil. Acordar todas as manhãs e não encontrar aquela pessoa que tanto amava, não poder ligar para ela e poder disser o quanto a ama e quanto ela faz falta. O desânimo é inevitável. Pessoas são insubstituíveis sim. Por mais que umas possam tentem assumir este lugar, não é a mesma coisa mesmo. Tem dias que dá vontade de se trancar num quarto escuro, ficar só deitado, sem sair para comer ou beber água. Vou seguindo em frente até quando aguentar, minha motivação é me formar e dedicar essa conquista a minha mãe. Mas ao mesmo tempo que penso nela para seguir e continuar batalhando, penso no dia da minha formatura, que ela não estará ali para me ver formado. A tristeza que irei sentir, será maior que minha alegria. Nem minha mãe, nem meu pai ( dele não faço a mínima questão ). Aquilo que eu sempre sonhei, virou pesadelo.

domingo, 29 de maio de 2011

O valor de cada pessoa

Hoje eu vou esclarecer coisas que eu nunca falo para ninguém em relação a doença da minha mãe. Minha mãe sempre foi muito guerreira e reservada, não gostava de falar da vida dela para ninguém. Mesmo que ela estivesse vivendo num inferno, passava para os outros que a vida dela era um paraíso. Não creio que ela ficaria brava comigo por agora neste blog estar contando os segredos mais íntimos meus e dela. Ela sabe porque eu estou fazendo e com certeza me apoiaria e não me recriminaria. Eu não estou fazendo isso só por fazer, tudo tem um motivo, não estou sendo infantil como alguns da minha própria família pensam. Minha mãe descobriu que tinha um caroço no seio em 2008. Ela tinha medo de contar o que havia descoberto para qualquer pessoa que fosse. Nessa época morávamos na casa ao lado da loja do meu pai, só que ela não era o que é hoje. Tinhamos apenas um quarto, e eu dormia no sofá de madeira ( que existe até hoje ) na sala. A casa não tinha divisão, para passar de um cômodo tinha que passar pelo outro. A sala ficava do lado do quarto onde minha mãe dormia e as portas eram todas do tipo sanfonada. Um noite eu já estava deitado no sofá quase dormindo, e minha mãe brigava com meu pai no quarto. Foi nesse dia que ela revelou para ele no meio na briga que estava com um caroço no seio e que iria morrer, pra ele poder ficar feliz que logo ele iria ficar viúvo, e poderia arrumar outra mulher, porque aquela que estava do lado dele ele não dava valor. Eu deitado no sofá ouvi ela dizer tudo aquilo. As lágrimas caíram dos meu olhos, eu fiquei sem reação nenhuma, fiquei com medo também. Não quis que ela soubesse que eu tinha escutado o que ela dissera. Eu sabia do que ela estava falando, já tinha 16 anos, não era mais criança, mas naquele momento me senti tão impotente como uma criança recém-nascida. Depois daquele dia minha vida nunca mais foi a mesma. Aquele tormento me perseguiu até o ultimo dia de vida da minha mãe. Meu pai como sempre fora, não abdicou da sua vida para incentivar minha mãe a procurar um médico. No máximo pediu para a minha tia Marley falar com ela e convencer a ela ir no médico. Foi em vão. Até minha tia Marley que minha mãe amava de paixão, não convenceu-a de ir ao medico. Minha mãe chegou até acreditar que era um simples furúnculo, o que infelizmente não era. Sim minha mãe tinha câncer. Não tenho vergonha de dizer sua doença, e nem ela teve depois de um tempo, é claro, daquele choque de perder os cabelos devido ao tratamento de quimioterapia. Saia na rua e nem ligava para o que os outros iam falar. Minha mãe demorou muito a procurar um medico, para fazer os exames e começar a se tratar. Esse foi seu maior erro. E o meu maior erro por ter sido tão impotente e tão medroso de não ter levado ela a força no medico, de não ter pressionado ela a ir, ter implorado que ela fosse. Eu queria fingir que aquilo não estava acontecendo, talvez no meu mundo fantasioso que criei para fugir dos problemas que atormentavam minha vida. Fui muito omisso mesmo. Mas não porque eu queria, porque a minha dor era muito grande e só eu sei como. Foi só Julho de 2009 que minha mãe resolveu se tratar. O caroço no seu seio já estava grande, e ela devia já sentir muitas dores. Pediu que minha tia Marley a acompanhasse a consultas no medico. Não deu outra. O exames apontaram um nodulo  cancerígeno em estagio 2. O medico deu um encaminhamento para que ela procurasse um hospital que tratasse de câncer. Minha mãe foi então falar com ( não posso citar mais o nome)  para que esta falasse com uma amiga que era enfermeira no hospital da lagoa, para tentar conseguir abrir um prontuário para minha mãe poder se tratar naquele hospital. Todos nós sabemos como é a saúde no nosso país. Para conseguir uma vaga minha mãe poderia ter que esperar muito tempo. E o caso da minha mãe já era grave, não podia esperar muito tempo. Sou muito grato a está enfermeira, que não vou revelar o nome também. Mas gostaria muito de poder revelar o nome dela, porque pessoas assim merecem reconhecimento. Assim como outras mais pessoas que ajudaram muito minha mãe nesse momento difícil, mas que não querem seus nomes envolvidos nessa historia. Da pessoa que ela esperava mais e devia esperar mesmo, meu pai, pouco fez por ela, e quando fazia não sei se fazia por mal vontade. Nós morávamos em Nilópolis, e o hospital ficava na Lagoa. Era longe, quem mora lá sabe. Minha mãe nas primeiras consultas tinha que pegar dois ônibus para chegar no hospital, sempre acompanhada da minha tia Marley ou da ( não estou autorizado a citar seu nome ). Minha mãe nunca me deixou ir junto com ela. Ela queria me poupar de todo seu sofrimento, por vezes mentia pra mim. E se eu insistisse ela brigava comigo. Meu pai mesmo tendo dois carros na garagem, não fazia a mínima questão de abandonar seu serviço, para levar minha mãe ao médico. Ele podia fazer isso, meu pai tinha empregados na época, mas não queria deixar a loja nas mãos dos empregados, sempre desconfiou de todos, nunca largou a loja na mão de nenhum deles, sem que eu ou minha mãe estivesse na loja. Minha mãe mesmo doente ajudava meu pai na loja pela manhã ( horário que eu estava na escola ) e a tarde também as vezes. Quando seu estado físico piorou, eu que ficava na loja para ele, porque ela estava muito debilitada devido a quimioterapia. Confesso que nunca gostei de ficar na loja para ele, ele queria que eu aprendesse aquela profissão, mas eu não tinha vontade, dizia que não queria ser igual a ele. Isso o deixava furioso.

Estou escrevendo este post hoje para agradecer e mostrar que eu sei o valor de cada uma delas para mim e para minha mãe. Pode parecer que eu não dou valor a essas pessoas por não falar muito para cada uma o quanto ela foi e é importante para mim, mas aqui dentro do meu coração eu amo cada uma delas.

Agradeço muito a minha tia Marley por ter ficado do lado da minha mãe, em cada consulta ao médico, em cada fila de exame que ela ficou com minha mãe, a cada manhã cedo que ela teve que acordar para acompanhar minha mãe, a cada momento feliz que ela fez minha mãe passar,, a cada conversar, a cada sorriso. Palavras são muito pouco para descrever a importância que minha tia teve e tem na vida da minha mãe e na minha. Eu te amo muito mesmo

Agradeço ao meu tio Edmar por todas as vezes que ele defendeu minha mãe, quando todos se calaram, e nem meu pai foi capaz de defende-lá, quando minha avó faleceu, e o filho Elcio ( odeio ele por esse motivo ) humilhou minha mãe, não dando valor o que ela fez por ele e por todos na casa da minha avó. Agradeço também pela vez em Araruama em que ele fez o mesmo por minha mãe defendendo ela do meu pai bêbado que queria avançar no pescoço da minha mãe. Nesse dia , esse que eu ainda não sei porque chamo de pai, abandonou eu e minha mãe em Araruama e veio embora para Nilópolis. Isso minha mãe doente já e ele sabendo disso. Agradeço por todas as vezes em que ele acordou cedo, que deu um jeito no seu trabalho para tentar mudar seus horários, para poder levar minha mãe ao hospital de carro. Já que meu pai não podia largar o trabalho dele para leva-la, e eu não sabia dirigir na época também. Obrigado tio por tudo, eu te amo muito também.

Agradeço as três pessoas que eu não posso citar o nome, por tudo que fizeram por mim e pela minha mãe, e que ainda fazem. Sei que com essas posso contar a qualquer momento. Foram elas que abdicaram, do trabalho, do estudo, enfim da vida delas, para ficar com a minha mãe nas consultas ao medico e nos últimos momentos de sua vida no hospital. São elas que estão seu ao meu lado para lutar comigo contra aquelas pessoas que querem o meu mal. Amo vocês três.

Agradeço a todas as amigas da minha mãe que ajudaram não tão intensamente como as pessoas acima, mais foram muito importantes para ela nesse momento difícil da vida dela.  Dessas amigas acho que posso citar a Meri, a Dona Jura, a Margarida. Todas essas ajudaram muito minha mãe. Seja dando força a ela ou ajudando de outra maneira. Eu adoro todas vocês. Me perdoem se eu esqueci de alguém.

Dou valor a todas essas pessoas, não quero nunca ser injusto com elas, só quero que ela aceitem o que estou fazendo, e não fiquem me criticando a cada post escrito. Não tenho razão nenhuma para reclamar dessas pessoas. Acho que todos já perceberam de quem eu tenho mais mágoa e raiva. Meu pai pode não ter matado minha mãe diretamente, mas indiretamente eu o culpo por ela ter morrido e por ele ter acabado com a minha vida.